Presidente da Febrac e comitiva de empresários de facilities participam do CNC Global Voices com Nobel de Economia

15 de outubro de 2025
Por: Vânia Rios

O presidente da Febrac, Edmilson Pereira, e uma comitiva de grandes empresários do setor de facilities participaram nesta terça-feira (14) do CNC Global Voices 2025, no Grand Hyatt São Paulo, encontro que reuniu economistas e formuladores de políticas para discutir risco fiscal, juros elevados e caminhos para o crescimento, com a presença dos ganhadores do Nobel de Economia Paul Michael Romer (2018) e James Robinson (2024).

“O Global Voices conecta diagnósticos de alto nível e ambiente de negócios. Para o setor de serviços e para as empresas de facilities, ouvir de perto pesquisas e propostas dos maiores especialistas do mundo é decisivo para orientar investimento, inovação e produtividade com responsabilidade. E registro nosso reconhecimento à CNC por promover um encontro que qualifica o debate e aproxima a agenda econômica da realidade das empresas de serviços”, disse Edmilson Pereira.

Na abertura do evento, James Robinson, Nobel de 2024, afirmou que o baixo crescimento latino-americano decorre de instituições frágeis e pouco inclusivas. “O Brasil está quase na média latino-americana e foi ultrapassado na última década pela China. Nada disso é destino: não é geografia, nem cultura”, disse. Para reverter o quadro, defendeu Estado de Direito, concorrência, combate a monopólios e ampliação da participação social na inovação, com regras que protejam e recompensem ideias e sejam acessíveis a todos. “Os inovadores vêm de todas as partes da sociedade. O talento não é concentrado, mas as oportunidades sim”, afirmou.

Logo após, Paul Michael Romer, Nobel de 2018, sustentou que o Brasil pode se tornar potência em inovação aberta, ciência e regulação tecnológica, desde que fortaleça instituições públicas e enfrente monopólios digitais. “O Brasil ainda pode manter o controle sobre o seu futuro digital. Vocês têm talento, diversidade e uma tradição científica que podem inspirar o mundo”, afirmou.

O ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu a necessidade de “paz” para reduzir a radicalização de setores. Temer citou Maria Corina, vencedora do Nobel da Paz de 2025, ao cobrar uma agenda de pacificação e a “harmonia entre empregadores e empregados”. Ele acrescentou que é preciso reduzir a inflação e a taxa de juros para recuperar a capacidade de produção nacional.

No painel “Tensões Internacionais e Economia Brasileira”, com Gabriel Barros (ARX Investimentos), Fernando Ferreira (XP Investimentos) e Reinaldo Le Grazie (Panamby Capital), os especialistas convergiram na avaliação de que o principal risco à economia brasileira está no desequilíbrio fiscal e na incapacidade do governo de conter o avanço nas despesas públicas.

O painel encerrou com um consenso de que sem reforma fiscal e sem estabilidade institucional, o país seguirá preso ao ciclo de endividamento e juros altos, mesmo diante de oportunidades externas favoráveis. Para os economistas, o Brasil precisa adotar uma agenda de longo prazo que una responsabilidade fiscal, racionalidade política e ambiente mais competitivo para investimentos, requisitos essenciais para consolidar o crescimento.

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